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#169 – Ontologia Ubuntu e outras vozes africanas | Entrevista com Wanderson Flor do Nascimento
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Conversamos sobre diversos assuntos referentes sobretudo às filosofias de matriz africana, em especial a ontologia Ubuntu e o pensamento da socióloga e epistemóloga nigeriana Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí, em relação com o conceito de “lugar de fala”. Também falamos sobre o impacto da Lei 10.639/2003 sobre o ensino de filosofia e de sua importância. Ao final, conversamos sobre os desafios a serem enfrentados pelos profissionais na área de filosofia dentro de nosso país nos tempos atuais.
Wanderson Flor do Nascimento é graduado em filosofia, especialista sobre o ensino de filosofia, mestre em filosofia e doutor em bioética pela Universidade de Brasília (UnB). É professor do Departamento de Filosofia da UnB, do Programa de Pós-graduação em Bioética (FS-UnB), do Programa de Pós-Graduação em Metafísica (IH/UnB), do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Cidadania (CEAM/UnB) e colaborador dos programas de mestrado profissional em Sustentabilidade junto ao Povos e Terras Tradicionais (MESPT/UnB) e Filosofia – PROF FILO – (Multi-institucional, Pólo UFT). Colíder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Raça, Gênero e Sexualidades Audre Lorde – GEPERGES Audre Lorde (UFRPE/UnB-CNPq). Membro do Núcleo de Estudos sobre Filosofias Africanas “Exu do Absurdo” (NEFA/UnB).
Suas pesquisas se estruturam em torno dos processos de subjetivação – em suas dimensões ontológicas, éticas e políticas – e subdividem-se em quatro campos: 1) As filosofias africanas e afrodiaspóricas; 2) Relações Raciais e Tradições Brasileiras de Matrizes Africanas (Com ênfase nos candomblés); 3) Ensino de Filosofia e Filosofia da Educação (com ênfase na formação docente para o trabalho com o ensino da culturas e histórias africanas, afro-brasileira e indígenas); 4) Fundamentos da Bioética (Com ênfase nos aportes contra-coloniais às bioéticas latino-americanas e dimensões bioéticas das Políticas de Saúde para a População Negra). Além das categorias criadas no âmbito das filosofias africanas e dos estudos antirracistas sobre as relações raciais, utiliza o aporte das teorias de gênero, dos feminismos, da psicanálise e do instrumental analítico produzido por Michel Foucault. Investiga, ainda, saúde da população negra, diversidades de gênero e de orientação sexual, direitos humanos, estudos sobre a colonialidade e suas repercussões na educação e na Bioética.